Para obter a chicha de jora, o milho é primeiro semeado em solo úmido e aguardam-se os primeiros brotos. Uma vez que ocorre a germinação, a planta é coletada e deixada para secar ao sol por muitas horas. Em seguida, o grão seco é moído ou triturado e obtém-se o jora, insumo fundamental para preparar a chicha por meio de um processo de fermentação.
Durante o império Inca, a chicha, chamada 'Aqha' em Quechua, era venerada e oferecida em reverência ao Inti (deus sol), à Pachamama (mãe terra) e também aos apus (guardiões tutelares representados por montanhas e picos cobertos de neve) em vários rituais e festividades.
Atualmente, a chicha de jora continua a ter o estatuto de bebida ritual nos Andes peruanos em cerimónias conduzidas por xamãs, na inauguração de obras públicas e em festividades emblemáticas como o Inti Raymi ou a 'Fiesta del Sol'.
Em cidades como o distrito de Piura, em Catacaos, a chicha de jora é servida em vasos e copos ornamentais chamados 'potos', feitos de barro ou casca de abóbora seca, e decorados com desenhos representativos da cultura local.